quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

RODA DA VIDA


O tempo passou... passou rápido!
Foi bom viver a PRIMAVERA!

Sentia o perfume das flores.
Olhava com sinceridade para as pessoas e via tantas coisa belas em cada uma delas.
Ouvia admirada o som das crianças brincando.
Abraçava com todo carinho e afeto.
Comia chocolates o dia todo.
A vida era mais doce!
O mundo parecia mais bonito.
Muitas vezes ria dos problemas, porém nunca deixei de intuir que lágrimas eu derramaria.
Então a primavera se foi...

Saí da minha redoma de vidro, do meu mundo colorido e deparei-me com a dureza da vida. Passei pelo vale da sombra da morte.
Morte que me fez renascer.
Mas, o renascimento trouxe dores à minha alma. Como a dor de um bebê que deixa o útero materno e precisa aprender a sobreviver.
Sentia-me angustiada, preocupada, tensa, às vezes triste e também com medo.
Isso tudo me trazia lágrimas e meu coração sofria a cada desilusão.
O tempo da maturidade chegou.
Não copiava mais versos, poemas e letras de músicas num diário com adesivos coloridos.
Começava a escrever sobre minha própria vivência e experiências.
Transformei-me em uma mulher.
Uma mulher que lutava para não perder o brilho no olhar e o sorriso largo!
Em meio às muitas dificuldades existenciais conversava com Deus agradecida por tudo que era capaz de suportar e pedia forças para superar aquilo que ainda me era difícil.
Chegou o VERÃO!

O astro rei queimava minha clara e sensível pele enquanto caminhava pela vida. Queimava também todo o meu orgulho, egoísmo, infantilidade e cada vez mais busquei superar meus conflitos e derrotas.
As folhas começaram a cair... o OUTONO estava ali.

O meu corpo já não era mais como antes, e nem os meus pensamentos.
Senti uma suave brisa tocar meu rosto e balançar levemente meus cabelos enquanto minhas idéias, meus projetos, meus desejos e sonhos se modificavam dentro de mim.
As máscaras também caíram assim como as folhas das árvores.
Senti cada vez mais a necessidade de ser eu mesma, me conhecer melhor. Aproximar do meu self, da minha totalidade, o meu complicado ego.
Comecei a sentir o cheiro da terra molhada... INVERNO!

O vento soprou forte,levando embora antigos preconceitos e dependências que já não mais conseguiam ficar de pé.
A chuva que me molhava, lavava minha alma.
Todos esses tempos me foram necessários.
Assim como toda a natureza passa por modificações e se transforma, eu também mudei com o passar das estações da vida.
Hoje chega novamente a PRIMAVERA!
Já posso sentir o cheiro das rosas vermelhas que tanto me encantam.

Esse é o ciclo, a roda da vida.


A diferença está em como caminhar na mesma estação estando eu agora tão diferente.
Mais madura, mais mulher, mais eu mesma!
Neste momento penso no futuro e me preparo, ainda que eu saiba que nunca estarei de fato preparada para as surpresas e intempéries do tempo. Mas sei também que mesmo quando tudo parecer escuro e sem saída, se perdas eu tiver sempre terei uma esperança.
Ainda me resta a vida enquanto eu existir!